sexta-feira, 28 de agosto de 2020

A imagem guardada

 


    Quatro anos após a última postagem, eu vim inaugurar esse quadro, o "escregrafando". Sempre achei que fotos contam histórias e minha mente toda inquieta sempre cuidou de trazer enredos para fotografias desconhecidas. Eu sempre quis ter um projeto onde as pessoas me mandariam fotos e eu escreveria histórias com aquelas fotos. Nunca coloquei em prática, e inclusive estava bem esquecido. Hoje vim aqui na intenção de excluir esse blog e transformá-lo somente em conteúdo de finanças, mas, não por acaso, encontrei algumas fotos que já tinha guardado há algum tempo na minha pasta de imagens. Então, resolvi vir aqui e escrever.

    Não sei de onde é essa foto, nem quem fez esse registro. Quem quiser pode reivindicar a autoria da foto, estou à disposição para dar créditos. Mas vamos deixar de enrolar? Vamos lá.

    Amo praia e sol, mas olhando essa imagem eu só consigo imaginar como deve ser lindo observar a lua de um local assim. Sentar naquelas cadeiras, com uma xícara de chá, talvez um bom livro, mas não sem antes olhar a lua e sentir a presença de Deus. Fico pensando, será que a pessoa que tirou essa foto resolveu fazer esse registro para não esquecer de um tempo bom que viveu aí? Quanto amor essa casa não vivenciou? Quantos casais não saíram daí mais felizes do que chegaram? Quantas histórias, quantos sorrisos, quantas lágrimas, essa árvore aí ao lado não já presenciou?

    Eu fico olhando essa foto e pensando nos mínimos detalhes, quem amarrou essa rede na árvore? E que história aconteceu para que parte daquele telhado ali fosse trocado? Quem fez essa troca? Aí me vem várias outras questões: essa casa é de família (e vem sendo passada de geração em geração)? Ou essa casa pode ser alugada, e foi construída para abrigar turistas e pessoas aleatórias? De quem é essa riqueza? Aquele centro ali foi para essa casa porque estava desgastado, ou se desgastou aí?

    Sabe a pessoa que tirou a foto? Então.... será que essa foto não esta de plano de fundo do celular dela, ou até em cima da mesa do escritório, como a lembrança de um tempo bom, de boas memorias e de saudosismo? Será que essa foto não é o respiro no meio do caos?

    Porque pra mim, ela é. Eu só me imagino passando um final de semana neste lugar, tomando um solzinho, passeando pela praia, depois tirando um bom cochilo nessa rede, tomando uma cervejinha nessa mesinha olhando essa pintura de Deus. Só de imaginar me traz uma paz, uma calma na alma.

    Espero que o bombardeio de questionamentos, não tenham atrapalhado vocês de sentir a paz que essa foto traz. Esse foi o primeiro texto, não prometo seguir o mesmo padrão em outros, mas espero voltar a escrever por aqui e trazer outros "escregrafando" para vocês.

Xêro.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Um Exagero!



Mais uma da série: o texto não é meu - mas poderia.

"É, aqui estou eu, mais uma vez só, no meu apartamento tão bagunçado quanto minha cabeça.

Eu sempre tive mania de buscar respostas para tudo, nunca foi apenas curiosidade, é como uma necessidade básica que tenho de entender o que se passa comigo e com o mundo. Não me custou muito para perceber que tudo é bem mais complexo do que imaginava, especialmente no que se refere ao abstrato, ao interpessoal. Mas da mesma forma que busco respostas eu também tenho a mania idiota de idealizar tudo, de projetar no outro minhas expectativas, de querer fazer com que as coisas aconteçam do meu jeito e no meu tempo... mera ilusão, grande desilusão.
Com você não foi diferente, mergulhei de cabeça, ignorei a lógica do tempo e por vezes fui exageradamente passional e irracional. Mas é que foi tudo tão bonito, tão intenso... Foram tantas coincidências, “desencontrinhos”, chegou a ser algo cômico desde o princípio. E eu acreditei que nada foi vão, que eu estava no lugar certo, na hora certa, apontando pra pessoa certa. E realmente não dá, não dá pra acreditar que foi só isso, que acabou, que tudo mudou tão rápido, foi menos de uma estação. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Existe sim, um cara pra mim...


Já abri e fechei a aba de escrever esse texto, pelo menos, umas cinco vezes. Não sei se devo escrever, porém queria lembrar disso daqui a muitos anos... no dia que eu começar a desacreditar.

É tão louco que nem sei por onde começar a escrever. Talvez esse texto fique um belo de um texto horrível, peço - antecipadamente - perdão.


Depois dos meu últimos relacionamentos, passei por aquela fase da vida: NÃO QUERO ME RELACIONAR COM NINGUÉM, FODAM-SE TODOS. Passei a querer ser o outro lado da moeda. Estava cansada de acabar sempre sofrendo. Sempre chorando. Sempre sozinha no final das contas.

Aí bem no estilo malhação mesmo: um belo dia eu resolvi mudar...

E aí o jogo virou. Ou eu achava que isso tinha acontecido! Passei alguns bons tempos me fazendo ser o outro lado da moeda. Balada, festa, cervejas, rolo... Rolo... Rolo. Começava a ficar uma coisinha mais séria? Começava. Aí eu? Eu caia fora. E do mesmo jeito que tinha entrado na vida da pessoa eu dava um jeitinho de sair. Sumia. E fui fazendo isso várias vezes.

Passei a ser aquela pessoa que mandava a mensagem: "oi sumido!" ¬¬' (Que tipo de ser humano eu me tornei?!) Fazia isso sem ressentimento - médio, confesso. Comecei a entender os caras que sumiam - acreditem, é muito mais fácil simplesmente sumir do que ter que olhar pra alguém e dizer que você não quer nada com aquela pessoa - comecei a entender o outro lado. Mensagens não respondidas, respostas curtas e sem puxadas de assunto. Me tornei um deles. Não me cobre, nada de DR, tá comigo porque quer, e todo o resto de babaquice que o ser humano consegue fazer.

Eu fiz! E sinto muito pelas pessoas maravilhosas com as quais fiz isso, foi muita covardia da minha parte em não querer admitir para vocês que na verdade eu não queria nada. E que por mais que eu tentasse, não era eu, não era minha hora. E me dou o direito de usar o último clichê: a culpa não foi de vocês, a culpa foi minha!

Eu não queria relacionamentos, apesar de dizer que queria. Eu arrumava todo tipo de desculpa para afastar vocês de mim: "ah..

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Conto de Terça - E aí?

Esperava qualquer coisa na vida, menos isso! Como assim ele está me pedindo para namorar sem a gente nunca ter nem se beijado. Como assim ele está pedindo para namorar?

Naquele momento passou um monte de coisa na minha cabeça: namorar e perder as noites de farra? namorar alguém que eu nem conheço tanto assim?, namorar... namorar... Namoro é 'ensaio' é teste para casamento... Aí meu Deus! Tô ficando doida... Alguém pode me tirar desse devaneio?

- Beca? Você pode falar alguma coisa? Tô ficando assustado....

Graças a Deus...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Mais um sonho...

Todo mundo sabe que eu sou aquele tipo de pessoa iludida até o ultimo fio de cabelo! Então, não me julguem...

Porque hoje eu acordei sorrindo! Hoje eu acordei bem leve, e antes de sentar pra escrever passei horas só apreciando a sensação tão boa que estava dentro de mim. Coloquei logo um Tiago Iorc pra tocar, seguido de Anavitoria, que era pra aquela sensação demorar o máximo possível. E antes dela ir embora vim aqui escrever...

Hoje eu sonhei com você. Eu nem lembro direito o sonho todo, era meio confuso. Mas duas coisas nele eram tão reais que me fizeram acordar sorrindo. No sonho a gente estava numa festa, cheia de gente, era um churrasco. Estávamos todos nos divertindo. A gente ainda nem tinha se falado quando nosso olhar se cruzou, e quando isso aconteceu a gente sorriu. Mas a gente não sorriu aquele sorriso que mostra todos os dentes! A gente sorriu com os olhos de um jeito tão real que tenho certeza que meu coração disparou enquanto eu dormia. Tenho certeza que aquela adrenalina que estava correndo em mim enquanto eu dormia, também estava correndo em tempo real.

Sorrir com os olhos....

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Conto de Terça - Em uma semana

Era como se naquele momento o mundo tivesse entrado em um modo bem lento. Digo isso, porque na minha cabeça passaram vários pensamentos: "Corre agora!", "Cuidado para não falar merda!", "Ele não esta falando com você!", "Finge que é surda e vaza daí".... Foi disso a pior. Mas eu só consegui baixar a vista e sorrir, morrendo de vergonha. Realmente não sabia o que dizer, nem o porque de eu estar sentindo tudo isso dentro de mim. Mas disse:

- Ah, é que esses dias foi uma correria.
- Devia ter deixado o Leo me dar ser número, a gente já tinha ganhado uns dias de papo. Agora vou ter que correr atrás do tempo perdido.
- Então vamos aproveitar o tempo que temos, 'tô' indo para casa, vamos comigo? - OOOOiiiii?! De onde saiu essa ideia? Senhor das meninas que não tem noção das coisas que dizem, de onde eu tirei isso? E se ele pensasse que eu realmente queria que ele fosse PARA a minha casa e não ATÉ a minha casa comigo...
- No caminho a gente pode parar e tomar um sorvete - tratei de emendar.

Ele sorriu e concordou.
Já estava caminhando em direção ao ponto de ônibus, só que ele tinha ido de carro e tinha estacionado sentido contrário ao do ponto. Nesse momento entrei em pânico por estar indo para o carro de um cara que eu não conhecia, mas foi passando em cada passo que  a gente dava, em cada assunto que ia surgindo e eu ia percebendo o quanto ele era um cara legal. Durante todo o trajeto da faculdade até em casa, com direito a parada na sorveteria, conversamos um milhão de coisas. Descobrimos que assistíamos as mesmas séries, que tínhamos gostos musicais completamente diferentes, e que ambos odiavam sorvete de flocos. Ele contou que tinha acabado de voltar de um intercâmbio na Califórnia, e confessei que tenho o sonho de ir morar um tempo por lá. Falamos sobre a vida de um modo geral e de como a gente tinha chegado ali onde a gente estava. Sabe quando você encontra um bom amigo que não vê a algum tempo e vocês vão colocar o papo em dia? Pronto! Me senti assim conversando com o Ricardo, só que esse tempo que a gente não se via era uma vida inteira.

Quando a gente chegou na porta da minha casa, ainda ficamos no carro conversando sobre as coisas da vida e com aquele papo de: como a gente nunca se conheceu antes? Eu não queria sair daquele carro, por mim passava mais o resto do dia falando sobre os nossos personagens de séries, das viagens loucas que cada um já fez, das aventuras com os amigos... Só que já era noite e eu precisava entrar em casa. Sabia que minha mãe não estava em casa, mas não tinha certeza se queria que ele entrasse. Então, resolvi me despedir e entrar sozinha mesmo. Agradeci a carona e a conversa boa, e enquanto eu descia do carro o Ricardo segurou minha mão e disse:

- Queria muito te beijar agora, sabia? Muito mesmo! Mas você tem cara daquelas meninas que depois que conseguem o que querem enjoam muito rápido. Hahahahaha. Então prefiro ter a oportunidade da gente se encontrar de novo, posso te encontrar de novo essa semana?
- HAHAHAHAHAHA. Ai Ricardo você é muito engraçadinho, sabia? Vou pensar se quero lhe encontrar essa semana, ou se já enjoei de você. Qualquer coisa te mando um whats.

Entrei em casa com uma paz tão grande no coração, um sorriso no canto da boca, extremamente feliz por tudo está acontecendo assim. Fiquei com "ódio" por ele não ter me beijado? Fiquei! Mas, ou contaram exatamente como ele fazia para ir me prendendo a ele, ou ele devia me conhecer de outras vidas. Se ele tivesse me beijado ali era muito provável que eu fosse ver ele mais algumas vezes e depois não quisesse saber mais. Sei disso porque esse era praticamente o enredo da minha vida: eu achava os caras bonitos, paquerávamos, ficávamos, eles se apegavam rápido demais e eu simplesmente tomava abuso deles.

Com o Ricardo eu estava sentindo uma coisa diferente. Os olhos dele me olhavam diferente, ele tinha os olhos pretos mais lindos que eu já vi. A pele morena dele que parecia combinar com a minha. Aquele sorriso, que me deixava feliz só de ver. Era diferente, eu não conhecia ele direito, mas parecia que conhecia desde sempre.

Não aguentei esperar muito tempo,e na cama antes de dormir mandei um boa noite para ele.

- Beca, não faz isso comigo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Conto de Terça - Era ele?

"Infelizmente as respostas de perguntas aleatórias que fazemos a universo não aparecem do nada na nossa frente... Infelizmente! Eu não estava aguentando de tanta adrenalina correndo no meu corpo. Eu precisava saber se era ele, mas eu tinha que raciocinar um pouco, colocar a razão a frente de toda a aquela emoção que estava tomando conta de mim.

Podia não ser ele!

Podia ser qualquer outro cara. Como eu posso estar pensando que um cara com aquele olhar tão penetrante estava olhando para mim? Não, não era possível!

Mandei uma mensagem para o Leo: "Leo, não sei quem é esse menino... Faz assim, pega o número dele e me passa. Que falo com ele... hahahaha... Na verdade dou uma olhada na foto dele do Whats antes de falar... hahahahaha ;)"

Fui lá no grupo das meninas e contei toda a história, que tinha visto um cara lá na universidade e que ele era bem gatinho. Contei que o irmão do Paulinho - que eu não sabia quem era - estava pedindo meu número ao Leo, só que eu não sabia se era o mesmo cara. Enfim.... ficamos algum tempo conversando e elaborando mil teorias sobre isso. Conversa vai, conversa vem...

-"Ei, tava já de agonia com essa história toda, peguei logo o número dele com o Leo" - escreveu a Babi.
-"Eiiiiitaaaa, agora a gente descobre se é o mesmo cara!" - Aninha escreveu.
-"Péssimas notícias... " - Babi diz.
-"Como assim??? Sabiiiia que não podia ser ele. Ele é deuso demais para tá pegando telefones alheios" - eu mesma. 
-"Afff, fala sério Beca. Vai ver ele nem era tão deuso assim..." - disse a Rê.
-"Naaada disso.... Só que eu com minha curiosidade adicionei o número para ver a foto no whatsapp. E adivinha?? A foto dele é bloqueada... não consegui ver! Nem a Beca vai conseguir..." - explicou a Babi.
-"O jeito é arriscar! Vai que é ele mesmo!!!" - disse Aninha.
- "Babi, passa o contato dele que eu vou criar forças e preparar minha mente para a decepção caso ela venha. HAHAHAHAHAHA" - escrevi.

A Babi passou o contato dele. Eu tinha um número e tinha um nome, mas não tinha a imagem ligada a pessoa. Como em tempos de redes sociais alguém no mundo não tem uma rede social? Na minha mente só passa que esse ser tem algo a esconder, deve ter namorada, esposa e filhos... Tudo logo junto, porque quando eu penso besteira, só penso em besteiras grandes, rsrsrs.

Agora estava nas minha mãos descobrir se esse cara que queria meu número era o mesmo cara que eu tinha ficado encantada com ele. Eu só precisava mandar um 'oi'. Só que não era tão simples assim. Eu já tinha me iludido e desiludido várias vezes, tantas vezes que foram suficientes para que eu passasse a me resguardar e evitar envolvimentos que eu não tinha o controle da situação.

Mas parece que dessa vez eu não podia evitar, eu tinha que tirar essa dúvida da minha mente. Será que era ele?

Dormi e acordei pensando nessa história.